quinta-feira, 19 de abril de 2007

A essência de cada um de nós

"Todo ser humano traz consigo algo único, só seu, e ao mesmo tempo, creio que esse algo seja aquilo que o une com todos os demais. Como se a diferença de cada um de nós fosse a nossa única semelhança. Sentimentos são assim, amor é sempre amor, mesmo que mude, e mesmo que cada pessoa ame de uma maneira diferente; no fundo, é tudo amor. Ódio, rancor raiva... Todo mundo sente, um dia ou outro, e todos definem com o mesmo nome.Saudade é saudade, mesmo que ninguém consiga realmente explicá-la ou traduzir em palavras o que é sentir a falta de alguém. Sentimentos são incontroláveis, talvez por isso tenhamos tanto medo deles. Nunca se sabe o que se irá sentir por aquilo ou por alguém, e o não saber se torna perigoso. Ninguém prevê qual sentimento ira ter, o desconhecido vem à tona quando menos imaginamos e então percebemos que não somos donos de nós mesmos. Podemos programar nossas ações, fazer nossas decisões, conseguimos moldar nosso caminho, mas não decidimos quem vamos amar. Nunca! Por que é tão difícil? Por que não é mais simples? Bem, eu não sei, acho que ninguém sabe. Se são os sentimentos que nos controlam e nos orientam, são eles também que fazem o contrário, eles que nos tiram do sério, eles que nos libertam e nos enlouquecem, eles que nos tornam simplesmente humanos. Oscar Wilde diz que só há duas tragédias na vida: uma é não conseguir o que seu coração deseja; a outra é conseguir. Então a vida não passa de uma tragédia? Nós somos os personagens e vivemos apenas para sentir, para depois enfim morrer? E o que é a morte senão a perda, a falta de vida, a falta de sentimento? Associamos a morte a um coração que já não bate mais, que parou. Assim fazemos com os sentimentos, relacionamos todos com o mesmo órgão do nosso corpo, com o nosso coração. Ele às vezes bate de pressa, quando sentimos medo ou nervosismo, ou às vezes se parte quando alguém nos abandona, quando percebemos que o amor não era amor. Então talvez a morte seja apenas isso, a inexistência do sentir. Mas, deixando a morte de lado, vamos falar da vida. É estranho pensar que todos nós somos tão diferentes e tão iguais! Ser humano é só ser humano, para que querer mais? Nós temos o dom de errar e seguir em frente, de querer fazer tudo de novo, mesmo fazendo tudo errado de novo. Nós temos o prazer de poder chorar, de fazer as outras pessoas rirem, nós acordamos todos os dias e uma oportunidade é colocada à nossa frente. Podemos viver o dia, podemos ter esperança de que ele será o melhor da nossa vida, e por que não seria? Então eu digo isso. Digo que os laços que unem famílias, amigos e amantes são apenas laços de amor, seja lá o que o amor signifique. E também digo que desatar esses laços é a coisa mais difícil que alguém pode fazer, mas que isso com certeza vai acontecer uma vez ou outra, é inevitável, assim como é inevitável sofrer. Tudo faz parte da vida, tanto as coisas boas, quanto as ruins também. Não devemos temer a dor, o sofrimento, as lágrimas, eles fazem parte de algo maior chamado vida, e não podemos querer nos poupar dela. A plenitude só é alcançada quando o medo de ir em frente é deixado para trás, quando o presente é agarrado com todas as forças e quando você percebe que tudo o que você tem é realmente só o que você tem. E que isso é suficiente. Devemos nos sentir bem. Fazer coisas que nos deixem assim. Se ir ao cinema te dá prazer, se escutar aquela música velha te faz sorrir, então faça tudo isso e pronto. Creio que a mágica sempre acontece nos detalhes, aqueles que raramente percebemos. São as pequenas grandes coisas que mudam nossas vidas, que nos tornam quem somos, que fazem cada momento ser inesquecível. É no detalhe que se esconde o mistério do mundo. Sentir, tudo de que a gente precisa é isso. No fim, acho que não é tão difícil assim, nós que complicamos tudo e queremos carregar um peso maior do que suportamos. Então a vida se torna pesada e chata, monótona, cansativa, e não importa se o sol está brilhando e se o céu está mais azul do que nunca, a gente só vai conseguir enxergar aquela maldita nuvem! O que nos falta é paixão, é a vontade e a esperança sincera de que tudo ficará bem, que as coisas darão certo. O que nos falta é nos apaixonarmos e não termos medo do que isso poderá nos causar depois. De um jeito ou de outro, vamos acabar sofrendo, então por que não aproveitamos enquanto a festa ainda não acabou, enquanto a música ainda toca e as pessoas ainda estão dançando? No fim, quando não restar mais nada, acho que o que vai sobrar é isso: lembranças de algo bom. Se não vivermos, do que vamos lembrar? Então vamos sentir, de novo e de novo, vamos mais fundo, mergulhar de cabeça e não ter medo do que nos espera. No máximo, a vida irá nos surpreender, e as chances de ser para melhor são extremamente grandes."
By Lauris
só preciso dizer uma coisa, é minha amiga!!

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